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terça-feira, 16 de junho de 2009

Histórias da minha vida: 3ª Prenda do RS





Resolvi relembrar momentos marcantes. Vou postar a poesia que o Maickel (que foi Peão Destaque Cultural na minha gestão e é o atual Peão Farroupilha do RS) escreveu para a despedida das Prendas.
Ele relaciona os nossos nomes com nomes de flores... É LINDA!!!

Sei que é bem extensa, mas vale a pena ler até o fim!

De: Maickel Martins

UM VERSO PARA UMA FLOR...

Um dia desses, há algum tempo,
Em uma noite clara de lua cheia,
Eu tive um sonho.
Sonhei que andava Rio Grande afora e encontrava muitos amigos
que pra mim contaram segredos oriundos de um jardim secreto.
Ouvi falar em um jardim bonito,
Ouvi dizer que eram nove flores, cheias de vida, cheias de cores, brotando paz sustentando amores,
Peliando juntas por onde quer que andem,
Andando unidas por este Rio Grande.
Ouvi boatos de neste jardim,
Haver pureza e sinceridade,
De ter firmeza expressada em gestos
Mostrando a todos o porque enfim,
De ser primeira,
De ser Jasmim (Janine).
Ouvi também da alegria deste,
Da energia pura que irradia aos céus,
Do sorriso brando que envolve a todos
Dos mistérios lindos que aquentam a alma,
Da jovialidade de uma bela flor,
Que nos trouxe com amor à cidade sorriso,
A Camélia (Cristina), flor, vinda do paraíso.
E foram mais longe,
Contaram só pra mim,
Que habitava este jardim
A doçura e a simpatia,
A meiguice e a ternura
Em uma flor cheia de vida,
Procurei esta beleza por todo o tal jardim,
E após passar por jasmins e camélias florescendo
Encontrei a Margarida (Milane),
Flor que vi renascendo de um sorriso jovial
Para cumprir a sua missão, de trazer pura-amizade para este simples mortal
E depois, alguns patrícios,
Irmãos do pago vizinho,
Contaram-me do carinho e da atenção ali existente,
Em um pé de flor misterioso
Muy bonito, muy cheiroso
Plantado no tal jardim,
Que cativara todo mundo, e comigo fora assim.
Mas tudo é bem desse jeito,
E, foi com aperto no peito
Que foi se findando a prosa
E já com o pé no estribo, contou-me o Hermano, o amigo,
A linda flor se chama Rosa (Raquel).
Mas seguindo meu trajeto,
Um pouco a cavalo e outro tanto a pé,
Deparei-me com a história, com o guerreiro Sepé.
Trazia na mão um objeto,
E me falara do afeto, da fibra, da amizade, da força,
Da coragem com que travara as batalhas.
Carregava consigo a esperança,
Levava na mão uma lança que entregaria a criança
Que herdara o seu sangue.
Não era um guri-moleque que bradaria ao Rio Grande batendo forte no peito,
Mas sim, uma bela flor que orgulha este pago,
Cujo nome, Amor-perfeito (Arícia).
E na antiga capital,
Encontrei revolucionários,
Topei-me c’um General, o próprio Bento Gonçalves.
Falou-me de uma alma, inocente e confusa,
Mas com graça e beleza que jamais tivera visto,
Contou-me os seus segredos, suas vontades e seus medos de abrir-se para o mundo,
Foi assim, em um segundo,
Tenteando a volta me disse, como achavam perfeita a flor chamada de Clívia (Crisley),
Como achavam bonito aquele olhar cativante, que ao te ver sem uma culpa
Faz-te pedir desculpas por um dia seres errante.
Mas é mesmo impressionante como o sonho cria asas,
E nestas minhas camperiadas eu encontro tanta gente,
Guerreiros, irmãos e farrapos
Numa mescla pura de guapos que não viveram na covardia.
Foi bem assim, eu me lembro.
Num rancho feito tapera
Na beira de uma estrada antiga,
Roncando uma gaita velha que encontrei o Tio Bilia.
Cantava um verso inocente, mostrando a pureza do ser,
Cadenciando a honestidade com a beleza do viver.
Na ternura das palavras revelando muitos encantos
Falou-me da Flor do Campo (Fernanda), já em uma ultima rima.
Vinha o sentimento de cima já me bombeando de perto
Quando eu de peito aberto fui lhe pedindo dispensa,
Alçando a perna com calma, ponteando minha gateada
Pra outra estrada, outra querência.
E na terra dos mil encantos fui recebido com amizade,
Mostraram-me a hospitalidade em uma charla grande de amigos,
No chimarrão e no vinho, na gaita tocada a preceito,
Falaram todos do jeito de quem representa aquela Terra,
Mas o que eu guardei de verdade foram às fortes palavras
De uma mulher que foi pra guerra.
Ana Maria de Jesus Ribeiro, cujo espírito guerreiro ainda vive neste pago,
É o que vejo a cada dia no semblante de uma flor que vive aqui no Rio Grande
Que vive num reino Encantado.
E, foi ela, Anita Garibaldi, montando um flete dos buenos
Um negro e leviano tordilho, que me disse, a tal flor,
Por quem todos têm amor, é chamada, Junquilho (Julia).
Rompendo a barra do dia, o sol já vinha clareando,
Quando fui me aproximando de um povoado importante
Era o pequeno gigante, de bons vales e pastagens
Lugar que findei minha viagem da trilha de belas flores.
Lá, não fora diferente, recebido por muita gente, com carinho e atenção
Foi sincera a emoção que senti dentro o peito.
Na roda de chimarrão me falaram da doçura, da sinceridade e da beleza
Da ternura e da ingenuidade encontrada em um sorriso
Que de tão puro e tão bom,
Na terra de Campo Bom, me fez recordar o passado,
O tempo que eu era criança e cheio de esperança sonhava com outras querências.
Entre esses pensamentos foram contando os causos, pra mim falando verdades
Que ouvi atentamente.
Mas o tempo nunca para e os anos chegam pra todos
Por isso aquele povo hospitaleiro de nascença, firmou aquele momento completando o meu jardim,
Revelou mais uma flor, a Tulipa (Talia) a flor de essências.
E hoje, aqui estou.
Vim falar do meu sonhar
Pra todos eu vim contar, que o jardim das nove flores não esta só no pensamento,
Já vive dentro do peito aquerenciado no coração.
E de fato, na lua cheia,
Faz brotar a inspiração
E eu encontro em cada sonho,
Outros caminhos, outra emoção!



Obrigada meus queridos colegas!

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